segunda-feira, 23 de abril de 2012

O meu Porto: shopaholic em acção



Há muito tempo que não fazia uma tarde de compras. Daquelas de veste-dá uma voltinha-pergunta a opinião às amigas-desfila-dá mais uma voltinha-paga com o cartão. Ao contrário da maior parte das mulheres que conheço, a verdade é que não adoro passar horas (nem sequer muitos minutos) enfiada em lojas a ver e a experimentar as últimas tendências. Mas há dias e dias.
Portanto, provavelmente há mais de um ano que não tinha uma tarde só de “gajas”, daquelas em que entramos em todas as lojas, empilhamos roupa, saímos com alguns sacos e um guarda-roupa renovado. Fica bem? Sim, estás linda, parece que foi feito à tua medida.
Não sei explicar a razão, mas o Porto (e eu sou de Lisboa) chama esse lado que há em mim. Parece que tem roupa e sapatos mais giros, com melhor qualidade e mais em conta. Por isso foi chegar à Invicta e ir rumo para a Miguel Bombarda, conhecida como “a rua das galerias”, com as suas lojas de marcas conhecidas, roupa alternativa, e lojas que mais parecem obras de arte, onde as montras são pensadas ao pormenor e a decoração também. E depois os saldos. Os saldos! O sonho de qualquer mulher. E se há um lado bom na crise (dificilmente) os saldos são um deles. Vestidos que dantes custavam 80 euros e agora estão a 25 euros (na Zorb). Verdadeiros achados! Lojas vintage (Zareca's Story), com roupa que parece acaba de sair do sótão da bisavó, mas que voltou a estar na moda, e cujos preços variam entre os 15 e os 30 euros.
Digam lá que não adoram encontrar uma bela pechincha? Faz parte do ritual das compras. E nós encontrámos. Estávamos felizes e já a pensar quando e como usaríamos o vestido preto sexy e bom para um cocktail (fica tão bem à minha prima!), ou o vestido branco com frases coloridas que parece saído do atelier de um artista (este foi mais a minha cara).


Mas a verdade é que comprar cansa! Depois da demanda, é altura de retemperar forças, sentar e pôr a conversa em dia. Local escolhido: a Rota do Chá. Se até então parecia que tínhamos aterrado no Soho, em Nova Iorque, com lojas fashion, decorações alternativas e um atendimento personalizado, ao passar-se a porta do edifício Artes em Partes, tudo muda: entramos num mundo zen, com influências orientais. A ideia é relaxar e não é difícil, sobretudo quando se chega ao jardim. Um espaço tranquilo, com verde e uma decoração que foi beber influências a Marrocos, com almofadas no chão e mesas baixas. Para lá chegar passámos por uma sala que parecia saída da Índia e a viagem continua, nos andares de cima.
No jardim trocamos as almofadas por uma mesa e cadeira de madeira e lá conseguimos escolher entre uma variedade de mais de 300 chás, bolos, scones, quiches e tostas (estas é que deixam um pouco a desejar). Esteve-se bem. É um daqueles “cantinhos” confortáveis onde queremos voltar.
Tive pena de não ser aquele sábado do mês em que as galerias da rua Miguel Bombarda inauguram em simultâneo as suas novas exposições e o clima é de festa. Para que não passem pelo mesmo, aqui ficam as datas das inaugurações até ao final do ano: 28 de Abril, 16 de Junho, 22 de Setembro e 10 de Novembro. Não faz mal, fica para o regresso.


domingo, 1 de abril de 2012

Casablanca no Mindelo




No ecrã surge a imagem a branco e negro. Ricky está em Casablanca. No seu café, Sam toca ao piano temas intemporais. O tempo é de guerra e naquele local tenta-se ser aparentemente neutro. Os soldados do III Reich congeminam os seus planos e vangloriam-se pela tomada de Paris. Ricky, com o seu passado obscuro, diz que só se interessa pela sua sobrevivência. Será? Tudo muda quando reencontra Ilsa, a mulher que amou, que ama e por quem tem de tomar uma das decisões mais difíceis da sua vida.
No ecrã viajamos no tempo. Mas já antes tínhamos viajado no tempo ao chegar ao Mindelo, a principal cidade de São Vicente e a capital cultural de Cabo Verde. Hoje assistimos a um ciclo de cinema que tem lugar no Centro Cultural do Mindelo. Lá fora, nas ruas, também se ouve música. Não cantadas em inglês, nem tocadas ao piano, mas sim em crioulo e acompanhadas pelo violão. Vêm do Cocktail, o restaurante em frente onde, no seu terraço, as bandas entoam mornas e coladeiras bem conhecidas de todos. Ouve-se “Sodade”, música imortalizada por Cesária Évora, mas agora na voz de uma rapariga bem mais nova do que a diva dos pés descalços.
Aqui viajamos no tempo, mas não nos encontramos com alemães e franceses (só talvez alguns turistas que vêm à descoberta das ilhas). Recuamos sim à época da colonização portuguesa, bem patente nas casas pintadas de cores fortes e alegres, na pracinha com o seu coreto, onde tudo se passa, na mini Torre de Belém que descansa ao pé da marina e do mercado do peixe. No Mindelo mergulhamos na cultura cabo-verdiana, essa cultura da “morabeza” e da “sodade”, onde se sente o passado e se vive um presente vibrante.
“Teremos sempre Paris”, diz Ricky a Ilsa, num dos momento mais emblemáticos do filme. E nós “teremos sempre o Mindelo”. Numa outra cidade de África, longe de Casablanca, pulsa uma vida própria, uma alegria e clima de festa constante. Os bailes são outros e os ritmos que se dançam também. Os corpos encontram-se e movem-se ao compasso contagiante da coladeira. É “hora di bai” mas com regresso marcado para breve. 

quarta-feira, 28 de março de 2012

Viajar é...

"O fim duma viagem é apenas o recomeço doutra. É preciso recomeçar a viagem sempre."
José Saramago
Neste caso, o barco leva-nos para Bazaruto, em Moçambique.

sábado, 2 de julho de 2011

São Tomé, o paraíso esquecido de África


Imagine um país verde, com várias tonalidades de verde, praias desertas, de fina areia branca e onde o mar é quente o ano inteiro. Imagine um país em estado praticamente virgem, com séculos de história que nos ligam e antigas roças de cacau e café. Imagine um país onde o paraíso existe e se chama São Tomé e Príncipe.

domingo, 31 de outubro de 2010

A Viajar Sou Feliz



Para mim viajar é sinónimo de liberdade, conhecimento, aventura, felicidade. É quando nos escapamos de nós próprios, da rotina, para nos encontrarmos de novo e nos redescobrirmos, ao mesmo tempo que descobrimos os outros.